sábado, 22 de outubro de 2011

Ministro se defende de novas denúncias

Gravações mostram assessores de Orlando Silva tratando com o policial para retirar investigação
Orlando Silva diz que acusações são infundadas / Valter Campanato/ABrOrlando Silva diz que acusações são infundadasValter Campanato/ABr

Um dia após ser mantido no cargo de ministro do Esporte, Orlando Silva terá de se defender de novas acusações. A edição da revista “Veja” que chega às bancas neste fim de semana mostra uma gravação na qual o policial militar João Dias Ferreira, delator do suposto esquema de pagamentos de propina no programa Segundo Tempo, cobrava de dois funcionários para retirar o pedido de investigação. 
As gravações datam de abril de 2008 e mostram dois assessores próximos do ministro – Fábio Hansen, então chefe de gabinete da Secretaria de Esporte Educacional, que cuida do Segundo Tempo, e Charles Rocha, então chefe de gabinete da Secretaria Executiva do Ministério – conversando para livrar João Dias da fiscalização. A negociação surtiu efeito, já que nos dias seguintes dois ofícios foram enviados à PM, o original e o pedido para que a investigação fosse abortada.

Durante a semana passada, o ministro justificou que o denunciante estava tentando levantar uma “cortina de fumaça” por conta de uma cobrança iniciada pelo Ministério, para que sua entidade devolva os mais de R$ 3 milhões obtidos nos contratos de 2005 e 2006. Mas não disse que o pedido ocorreu apenas um ano e meio após à retirada das denúncias sobre Dias.
Outra acusação foi feita pelo pastor evangélico David Castro, que dirige a Igreja Batista Gera Vida, de Brasília, ao jornal “Folha de S.Paulo”. Ele disse que se recusou a pagar a propina de 10% sob um contrato de R$ 1,2 milhão que beneficiaria cinco mil crianças.

Em nota, o ministro do Esporte respondeu às acusações. Disse que “o acusador, em nenhum momento, se refere à Orlando Silva” e explicou que o “personagem é cobrado pelo Ministério para devolver recursos desviados na execução de convênio.”

Confira a nota à imprensa do Ministério do Esporte:

“O Ministério do Esporte repudia reportagem publicada neste jornal, que supostamente apresenta um segundo acusador contra este Ministério. Repete acusações sem provas, não apura, apóia-se num acusador envolvido em irregularidades.

A seguir, o que traz a matéria e esclarecimentos a respeito das afirmações feitas pelo jornal e seu entrevistado:

Calúnias sem provas, novamente, contra o Ministério do Esporte.

As afirmações não se amparam em provas. O jornal ataca uma instituição de forma leviana, usando uma entrevista que carece de sustentação. David Castro, sem apresentar qualquer justificativa, se recusa a apresentar o nome do suposto servidor que o teria procurado. Nega-se até mesmo a informar o cargo que seria ocupado por esse suposto servidor.

Acusador envolvido em irregularidades.

Na tentativa de criar fato jornalístico, o jornal tenta promover a acusador, um personagem que é cobrado pelo Ministério do Esporte para devolver recursos desviados na execução de convênio com esta pasta. Além disso, o senhor David Casto responde ao Ministério Público Federal por irregularidades em convênio.

A tentativa de envolver o ministro Orlando

O jornal traz na capa informação de que o ministro Orlando Silva assinou convênio com a Igreja Batista Gera Vida. Isso não é verdade. O ministro não assinou convênio.

Por outro lado, o jornal não menciona na capa que o próprio acusador, em nenhum momento, se refere ao ministro do Esporte. David Castro afirma que não conhece ministro Orlando Silva.

Ministério exige retratação do jornal

A Folha transforma o que seria uma pauta para apuração em matéria. Quais são as evidências das denúncias?

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