sábado, 12 de novembro de 2011

Italianos comemoram saída de Berlusconi ao som de conga



Multidão comemora renúncia de Berlusconi. Foto: AP

Multidão comemora renúncia de Berlusconi
Foto: AP

Milhares de italianos se concentraram nesta noite de sábado em frente as sedes do Parlamento e da Presidência da República, ambas em Roma, para comemorar a renúncia oficial do primeiro-ministro, Silvio Berlusconi. Gritos de "Liberdade, liberdade" e "Viva Itália" eram ouvidos na Praça Quirinale, sede da Presidência da República, depois que Berlusconi entregou a renúncia ao presidente Giorgio Napolitano. O agora ex-primeiro-ministro deixou seu cargo às 18h45 (horário de Brasília).

A multidão de italianos, que tinha se deslocado para pedir a renúncia de Berlusconi, ficou para acompanhar de perto esse momento histórico e cumprimentar Napolitano por seu trabalho na transição política da Itália.
No local, era possível ver inúmeros pedestres e motoristas festejando o acontecimento com bandeiras da Itália e ao som de incansáveis buzinas. Annalisa Carrese declarou que este é "um momento histórico" e que os italianos "devem festejar em grande estilo".
As manifestações de alegria se misturaram também com insultos ao agora ex-primeiro-ministro, que foi chamado de "ladrão" e "palhaço", além dos gritos de "prisão, prisão". Logo após a confirmação da saída de Berlusconi, as ruas da capital italiana foram tomadas pela população. Formando trenzinhos e dançando conga, os italianos aplaudiam e comemoravam a oficialização da esperada renúncia de Berlusconi.
A festa se estendeu por outros lugares da capital italiana, como a Via dei Giubbonari, onde se encontra uma das sedes históricas do Partido Democrata (PD). As pessoas ligadas ao partido se reuniram no local para legitimar um adeus a Berlusconi. O líder da legenda progressista, Pier Luigi Bersani, descreveu o acontecimento deste sábado como "uma jornada de libertação para a Itália" e assinalou que "agora será aberta uma fase de lutas".
Já o líder da Itália dos Valores (IDV), Antonio Di Pietro, definiu o fato como "um dia de libertação" e assegurou que, a partir de amanhã, "começará a reconstrução" do país. Todas essas manifestações de alegria foram somadas às manifestações mostradas nas horas prévias de sua renúncia, quando uma orquestra improvisada entoava a "Bela Ciao" e o "Aleluia", de Händel.
A saída de Berlusconi
Berlusconi prometeu renunciar após uma série de escândalos de corrupção e envolvendo sua vida pessoal. No dia 8, Berlusconi sofreu um duro golpe no Congresso. Na ocasião, somente 308 - dos 630 deputados - continuaram a apoiar o premiê, durante uma votação sobre as contas do governo. Além disso, a economia italiana se vê ameaçada devido à crise na zona do euro. A dívida pública do país já atinge 120% do Produto Interno Bruto (PIB). Em troca da renúncia, o político pediu que a Lei de Austeridade, proposta pelo governo, fosse aprovada.

O texto passou pelo Congresso no dia 12 de novembro e contém medidas para economizar 59,8 bilhões de euros e equilibrar o orçamento do país até 2014, entre elas: o aumento do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), de 20% para 21%; o congelamento dos salários de servidores até 2014; a alta da idade mínima de aposentadoria para as trabalhadoras do setor privado, de 60 anos em 2014 para 65 em 2026; aperto nas medidas contra a evasão fiscal; e um imposto especial para o setor de energia.

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