sábado, 19 de novembro de 2011

PSDB monta núcleo sindical com dirigentes da ‘Força’


Apu Gomes/Folha


No esforço que realiza para se contrapor à parceria político-sindical que une CUT e PT, o PSDB achega-se à Força Sindical, segunda maior central de trabalhadores do país.

Neste sábado (19), Geraldo Alckmin, o governador tucano de São Paulo, almoça com sindicalistas na sede do diretório estadual do PSDB.
O encontro foi organizado por Antônio de Sousa Ramalho, recém-convertido em secretário Nacional de Políticas Sindicais do PSDB.
Ramalho é vice-presidente da Força Sindical e presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Civil de São Paulo.
Durante o almoço, Alckmin testemunhará a posse da diretoria do Núcleo Sindical do PSDB paulista. Será presidido por Neuza Barbosa de Lima.
Neuza é diretora da Federação dos Trabalhadores de Alimentação de São Paulo. Na Força Sindical, chefia a Secretaria de Políticas para Qualificação Profissional.
Iniciada antes da conversão de Carlos Lupi em escândalo, a movimentação sindical do tucanato beneficia-se indiretamente da crise do Ministério dos Transportes.
Lupi é presidente licenciado do PDT, mesmo partido do presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força.
Há uma semana, Paulinho articulou a elaboração de nota de apoio do baronato sindical a Lupi. O documento foi assinado pelos presidentes de cinco centrais sindicais.
A CUT velha antagonista da Força de Paulinho recusou-se a assinar. O gesto interpretado como tentativa de enfraquecer Lupi.
Mais que isso: farejou-se no nariz torcido da CUT um sinal de que o braço sindical move-se para retomar o controle da pasta do Trabalho.
Antes de Lupi, nomeado em 2007 por Lula, ocupava a cadeira de ministro o grão-petê Luiz Marinho, ex-presidente da CUT, hoje prefeito de São Bernardo.
É contra esse pano de fundo envenenado que o PSDB se achega à Força Sindical. O tucanto tenta reverter uma debilidade histórica.
Na eleição presidencial de 2010, Dilma Rousseff foi apoiada por cinco das seis centrais sindicais em funcionamento no país.
Apenas a UGT (União Geral dos Trabalhadores) sonegou apoio a Dilma. Porém, preferiu a neutralidade à aliança com o então candidato tucano, José Serra.
Daí o esforço do PSDB para pôr um pé no sindicalismo. Serra, a propósito, deve participar do almoço deste sábado.
Afora a atração de dirigentes da Força Sindical, o PSDB tentou filiar o presidente da “neutra” UGT. Chama-se Ricardo Patah.
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, atravessou o assédio. E Patah terminou sentando praça no PSD, a legenda recém-criada por Kassab.
Afora o núcleo sindical de São Paulo, o PSDB tenta estruturar organismos semelhantes em outros Estados. Por ora, avançou pouco.
Sintomaticamente, a coisa evoluiu mais em Estados governados pelo PSDB: além de São Paulo, Minas, Goiás e Alagoas.
Por quê? O sindicalismo de resultados enxerga na proximidade com as arcas governamentais a perspectiva de celebração de boas parceria$.
No próximo dia 2 de dezembro, o PSDB realizará em Pernambuco um encontro nacional de sua nova novíssima célula sindical.
Vai-se saber, então, em quantos Estados o tucanato conseguiu estruturar os almejados núcleos de trabalhadores.
O PSDB trombeteia que já conseguiu atrair quase 400 sindicatos. Pode ser uma vitória ou um problema. Depende da ficha corrida dos dirigentes. 

Fonte: folha online

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