quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Bando toca o terror em Jacundá



Um dos quatro assaltantes mortos no confronto com a PM. Corpos permanecem sem identificação
Uma quadrilha formada por cinco assaltantes promoveu um “dia de cão” em Jacundá. Assaltos, tiroteio e mortes numa lanchonete a 15 quilômetros do centro, sudeste do Pará. Até às 23 horas de terça-feira, 18, quatro assaltantes morreram em troca de tiros com policiais. Antes, o bando havia assassinado um policial militar à paisana e um aposentado também morreu.
A ação criminosa começou por volta de 10h de terça-feira, na vicinal conhecida por Estrada do Lago, a 35 quilômetros da cidade de Jacundá, quando cinco assaltantes bloquearam a estrada e começaram a assaltar motoristas e passageiros que passavam no momento. Uma das vítimas, que pediu para não ser identificada, disse à reportagem que permaneceu por mais de uma hora em poder dos assaltantes. “Eles pararam meu carro e um deles roubou todo dinheiro que eu levava na carteira”.
Outra vítima, o apanhador de açaí conhecido por Raimundão, contou à reportagem que passou pelo bando por volta de 7h30. “Vi que eram cinco homens andando pela estrada. Percebi que um deles estava com uma garrafa de cachaça não mão e outros carregavam bolsas”. Ao retornar do trabalho, Raimundão conta que havia mais de trinta pessoas como reféns dos assaltantes, que distribuíram whisky e chocolate para as vítimas.

Pânico na lanchonete
Dos cinco assaltantes, apenas um estava encapuzado. E após assaltarem motoristas na estrada, eles fugiram em um veículo Eco Spot pertencente ao empresário Evenides Rodrigues Sampaio, 48 anos, que saiu gravemente ferido ao se recusar entregar o carro aos bandidos. Vinte quilômetros depois, na Lanchonete Alvorada, localizada a 10 quilômetros de Jacundá, o bando parou para lanchar. Em seguida saíram e retornaram quando perceberam que uma caminhonete com mais de vinte passageiros se aproximava.
Armados com pistolas e metralhadoras, os assaltantes anunciaram o assalto. “Eu deitei no chão, pois eles (assaltantes) mandaram”, contou Ione Colares Batista, proprietária da lanchonete. O motorista Celso, que dirigia a caminhonete narrou a cena de terror. “Eram muito tiros para todos os lados”.
O tiroteio começou quando os assaltantes reconheceram o policial militar Francisco de Assis Valentin, lotado na vila Santa Rosa. “Ele estava indo para o serviço”, comentou o comandante do destacamento da PM de Jacundá, tenente Rogério. Ao perceber que seria alvo dos bandidos, o militar revidou e acabou morto com vários tiros. “Foi um terror. Era gente correndo pra todo lado, mulheres e crianças se saber o que fazer”, conta outra testemunha.
Marcas de tiros eram visíveis nas paredes da lanchonete e em veículos que estavam estacionados. Mais de 10 perfurações de bala estavam na caminhonete de passageiros e uma delas atingiu mortalmente o pescador aposentado conhecido apenas por Francisco Alcides, que no momento se encontrava na carroceria do carro atravessou uma peça de madeira e transfixou o corpo do aposentado que teve morte instantânea. Uma projétil Enquanto a passageira Ana Ferreira da Cruz saiu ferida. Tanto ela quanto o empresário Evenides foram atendidos no Hospital Municipal de Jacundá e em seguida transferidos para o Hospital Regional de Tucuruí.
Conforme narrou Ione, o tiroteio teve duração aproximada de 15 minutos. Em seguida, o bando roubou um Fiat Uno, pertencente a um taxista da cidade de Mãe do Rio, sul do Pará, que transportava uma família que seguia para comunidade rural de Porto Novo, e que passava pelo local no momento. 
Fuga e cerco
O motorista Valdecir Silva foi levado como refém. “Foi minutos de muito pânico”, contou ele, que foi obrigado a transportar os assaltantes em direção à cidade de Jacundá. Informados sobre a ação, uma viatura da Polícia Militar seguiu em direção ao local do tiroteio. A cinco quilômetros da cidade, um confronto entre policiais e assaltantes resultou num tiroteio. “Vi a morte passar perto de mim”, narrou o taxista. Sem opção, os assaltantes entraram num matagal da região do Jabutizão e a PM pediu reforço policial.
O delegado Carlos Magalhães Gomes, da Superintendência Regional do Lago de Tucuruí e o Major Robson, do comando geral da PM de Tailândia, acompanham inicialmente as buscas. À noite, as investigações foram assumidas pelo delegado Marcos Cruz, titular da Delegacia de Jacundá. E cerca de 50 policiais militares participaram das buscas.
Novo confronto
Por volta de 21 horas quando um gripo de PMs vasculhavam a área um dos assaltantes saiu numa estrada vicinal. “Ao perceber a presença da polícia, ele correu e os comparsas atiraram contra a viatura”, explicou o tenente Rogério.
No tiroteio morreu quatro assaltantes. Apenas um foi identificado. Trata-se de Jedean Ferreira Martins, 30 anos. Segundo informações da Polícia Civil, ele é foragido do Centro de Recuperação Mariano Antunes (Crama). As buscas a último continua, até o fechamento desta reportagem. “Estamos vasculhando toda a área”, informou tenente Rogério.
IML
Os seis corpos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal de Marabá. E os veículos vão passar por perícia cientifica. A morte do policial militar Francisco de Assis causou comoção e dor entre colegas de farda, amigos e parentes. Ele estava na corporação havia 27 anos, era casado e morava na cidade de Goianésia do Pará, porém trabalhava na comunidade de Santa Rosa, a 50 quilômetros de Jacundá.
Wallacy sousa

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